REPÚBLICA DA ESPADA (1889-1984)
Esse período é assim chamado por se constituir num
instante, imediatamente posterior à Proclamação da República e de consolidação
do novo regime, no qual o governo brasileiro foi exercido por presidentes
militares. O primeiro, Deodoro da Fonseca, governou de maneira pouco estável de
1889 a 1891, quando pressionado pela oposição ao seu autoritarismo, renunciou
ao cargo. Assumiu então a Presidência outro militar, Floriano Peixoto, chamado
de "marechal de ferro" devido à sua postura de austeridade e
repressão ás revoltas ocorridas no país (Revolução Federalista no R.S e Revolta
da Armada no R.J). Governou o país até 1894. Quando um civil assumiu a
Presidência, Prudente de Morais, iniciando a fase da República Oligárquica.
A CONSTITUIÇÃO DE
1891
Um importante fato histórico marcado nesse período foi a nova constituição, em substituição àquela do Império, foi elaborada pelos republicanos e entrou em vigor à partir de 1891. Foi a segunda Constituição da nossa história e a primeira República.
Principais pontos:
·
Estabelecimento do regime de República Federativa no Brasil,
visando o respeito às diferenças regionais e a autonomia administrativa
dos Estados.
·
Presidencialismo, com mandatos eletivo de 4 anos.
·
Fim do voto censitário, mas proibição do voto dos analfabetos,
mulheres e menores de 21 anos. Essa medida deu continuidade ao caráter
excludente do nosso processo eleitoral, onde a maioria da população estava
inapta para o exercício do sufrágio.
·
Voto não secreto
·
Fim do padroado, declaração de um Estado leigo e com liberdade de
cultos.
REPÚBLICA DOS CORONÉIS (1894-1930)
Também conhecida com República dos Fazendeiros, República dos
Cafeicultores ou República Café com Leite. Teve como traço marcante o intenso
predomínio político da elite agrária, determinando os destinos do país.
A República Velha foi um período de grande efervescência em
termos de movimentos sociais. Tanto na cidade quanto no campo, uma grande
agitação se fez deu início. Movimentos diversos, diferentes na composição, na
forma e nos objetivos. Alguns, revestidos de caráter místico - religioso,
outros de orientação socialista e, nem sempre, marcados pela crítica política.
Porém, todos eles gerados e desenvolvidos no seio de um sistema exclusório e antipopular,
como era a República dos Coronéis.
Durante a maior parte da Primeira República, a oligarquia cafeicultora,
principalmente a paulista, controlou o aparelho de Estado e conduziu a política
governamental de acordo com seus interesses. Porém, o regime republicano em
vigor já não era capaz de acomodar as divergências e os conflitos que afloravam
até mesmo entre as oligarquias agrárias. No governo de Washington Luís, eles
tornaram-se mais agudos. Entre os próprios cafeicultores começaram a surgir
desacordos. Ocasionando o fim desse período.
A República
Velha foi um momento muito importante na História do Brasil, devido a diversos
fatos de mudança. Como exemplos:
·
Abolição da escravidão
·
Imigração subsidiada pelo Estado
·
Surtos de crescimento industrial e urbanização
·
Aumento das classes médias urbanas
·
Advento das massas operárias urbanas
·
Movimento operário
EDUCAÇÃO
REFORMAS
Durante todo esse período, o governo deu ínicio a várias
reformas no campo da educação, com foco, no que hoje, chamariamos de Ensino
Médio e Ensino Superior.
Reformas e seus governos:
1) Reforma de
Benjamin Constant (1890)
O autor da reforma era um
militar positivista, que esteve à frente do primeiro ministério criado para
cuidar das questões educacionais. Os
principios orientadores da reforma eram: liberdade, ensino láico e gratuito da
escola primária.
Estrutura da organização
escolar:
·
Escola primária organizada em dois ciclos: Primeiro grau para
crianças de 7 a 13 anos; Segundo grau para crianças de 13 a 15 anos.
·
Escola secundária com duração de sete anos
·
Ensino superior estruturado: politécnico, de direito, medicina e
militar.
A reforma
falhou devido a falta de apoio político das elites, que enxergavam nas idéias
do reformador uma ameaça à formação da juventude, cuja educação vinha sendo
pautada nos valores da mentalidade da aristocracia-rural.
2) O Código de Epitácio
Pessoa – 1901
A Reforma Curricular proposta
pelo Ministério do Interior (Justiça e Educação) do governo Campos Sales
(1898-1902), Epitácio Pessoa, que mais tarde passaria a ser presidente da
República (1918-1922), criticava a Reforma de B. Constant dizendo que o curso
secundário passava a ser apenas um preparatório para ingresso nas Faculdades.
Portanto, uma das medidas era reduzir para seis anos o curso secundário, que
era de sete anos, de acordo com a Reforma de Benjamim.
Essa tentativa de mudança deu errado, pois o curso
secundário ainda continuava sendo um degrau para a transição dos alunos para a
faculdade.
3) A Reforma Rivadávia Correa –
1911
É no governo de
Marechal Hermes da Fonseca, que essa reforma do início. Essa na qual que ganha,
através de Rivadávia Correa, ministro do Interior, o nome de reforma que
desoficializou o ensino Brasileiro.
Principais destaques da Reforma:
·
O ensino passa a ser de frequência não obrigatória;
·
Os diplomas são abolidos;
Nem precisamos dizer que os resultados foram desastrosos e
catastróficos.
4) A
Reforma de Carlos Maximiliano – 1915
Talvez essa seja a reforma educacional mais
inteligente realizada durante toda a Primeira República. De forma liberal
Maximiliano afasta das ideias de Epitácio Pessoa- rigorosa uniformização do
ensino-, uma vez que estava mais preocupado em melhorar a qualidade do ensino secundário.
O autor vai mais fundo e diz que a concepção de ensino não poderia ser
diferente, uma vez que um país de analfabetos, onde a maioria da população
sequer tinha acesso ao ensino primário, acabava sendo perfeitamento normal que
os poucos que conseguiam chegar ao ensino secundário, fizesse apenas com o
intuito de chegar ao ensino superior.
Carlos Maximiliano vai, não só melhorar a qualidade do ensino, mas sente
a necessidade de deixar os pontos positivos de cada reforma anterior, como; Lei
Rividária conserva o exame de admissão ao ensino superior; do Código Epitácio Pessoa,
o ensino seriado e a redução do currículo de Benjamin Contant. É responsável
pela criação da Universidade Brasileira e Universidade do Rio de Janeiro.
5) Reforma João
Luis Alves/ Rocha Vaz – 1925
As medidas dessa Reforma são: o ensino secundário passa a
ser seriado, com duração de seis anos, como já falado, porém, o último ano com
o curso de Filosofia. Tem por finalidade fornecer um preparo fundamental e
geral para a vida, sendo qualquer que seja a profissão escolhida depois dos estudos.
A conclusão do quinto ano já dava o direito de prosseguir aos estudos de nível
superior, desde que, fosse aprovado nos testes de vestibular. Os concluintes do
sexto ano, seria atribuido o grau de Bacharel em ciências e letras.
Educação: redentora dos males sociais
·
Necessidade de construir a nação: formar o cidadão, o homem público.
·
Influência das idéias positivistas
·
Duas orientações principais: tornar os diversos níveis de ensino
“formadores” e não apenas preparadores; romper com o academicismo mediante uma
formação fundamentada na ciência.
·
Acréscimo das matérias científicas às tradicionais: ensino
enciclopédico
·
Dualidade do sistema: um sistema federal integrado pelo ensino
secundário e superior / sistemas, com escolas de todos os tipos e graus.
A reforma de 1915 foi uma grande base para que pudesse ter uma educação de qualidade no Brasil, claro que ainda não na época em que ela ocorreu, mas a base que ela oferece é um ponto visionário para a época, tanto que a reforma buscava uma melhoria na qualidade da educação, totalmente contrária à reforma anterior que, a meu ver, não estava se importando nem um pouco com a educação, pois, além de não obrigar a frequências às aulas, não dava nem diploma ao povo. Vejo a reforma de 1925 já tentando idealizar a visão de um cidadão mais crítico, implantando a Filosofia. A ideia de implantar essa prova de vestibular também é uma visão bem à frente do tempo se analisada a situação brasileira da época.
ResponderExcluirJosyane Santos 02 de Dezembro de 2014
ResponderExcluirCom a saída de Floriano Peixoto começou a República do Café-Com-Leite. A maioria dos presidentes desta época eram de MG e SP. Estes 2 estados eram os mais ricos da nação e os presidentes, oriundos das elites mineiras e paulistas, acabavam favorecendo sempre o setor agrícola, principalmente do café (paulista) e o leite (mineiro). Daí o nome República do Café-com-Leite. Aliás, a Rep. do Café-com-Leite foi uma das características da República Velha. Ao favorecer a região sudeste, as outras regiões acabaram sendo abandonadas. A política do Café-com- Leite sofreu críticas de empresários ligados à indústria (área que estava se expandindo naquele período).
Rosiley Rocha
ResponderExcluir* periodo marcado por mudanças decorrentes da troca de regime, o presidente organizou e garantiu a transição da Monarquia para a Republica.
*no campo economico, atraves de seu ministro da Fazenda, Rui Barbosa, elaborou uma reforma financeira, conhecida como encilhamento.
* encilhamento: concistia na emissão de dinheiro com objetivo de suprir a carencia de numerarios.
Joana Gonçalves
ResponderExcluirUm ponto falho da Reforma :
Devido a falta de apoio político das elites, que enxergavam nas idéias do reformador uma ameaça à formação da juventude, cuja educação vinha sendo pautada nos valores da mentalidade da aristocracia-rural.