- fatos históricos gerais do período de cada grupo
A Companhia de Jesus foi fundada por Inácio de Loiola e
um pequeno grupo de discípulos, na Capela de Montmartre, em Paris, em 1534, com
objetivos catequéticos, em função da Reforma Protestante e a expansão do
luteranismo na Europa.
Os primeiros jesuítas chegaram ao
território brasileiro em março de 1549 juntamente com o primeiro
governador·geral, Tome de Souza. Comandados pelo Padre Manoel de Nóbrega, quinze dias após a chegada edificaram a
primeira escola elementar brasileira, em Salvador, tendo como mestre o Irmão Vicente Rodrigues, contando apenas 21 anos. Irmão Vicente
tornou·se o primeiro professor nos moldes europeus e durante mais de 50 anos
dedicou·se ao ensino e a propagação da fé religiosa.
O mais conhecido e talvez o mais atuante
foi o noviço José de Anchieta, nascido na Ilha de Tenerife e falecido na
cidade de Reritiba, atual Anchieta, no litoral sul do Estado do Espírito Santo,
em 1597. Anchieta tornou·se mestre·escola do Colégio de Piratininga; foi
missionário em São Vicente, onde escreveu na areia os "Poemas à Virgem
Maria" (De beata virgine Dei matre Maria), missionário em
Piratininga, Rio de Janeiro e Espírito Santo; Provincial da Companhia de Jesus
de 1579 a 1586 e reitor do Colégio do Espírito Santo. Além disso foi autor da Arte de gramática da língua mais
usada na costa do Brasil.
No Brasil os jesuítas se dedicaram a
pregação da fé católica e ao trabalho educativo. Perceberam que não seria
possível converter os índios à fé católica sem que soubessem ler e escrever. De
Salvador a obra jesuítica estendeu·se para o sul e em 1570, vinte e um anos após
a chegada, já era composta por cinco escolas de instrução elementar (Porto
Seguro, Ilhéus, São Vicente, Espírito Santo e São Paulo de Piratininga) e três
colégios (Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia).
Todas as escolas jesuítas eram
regulamentadas por um documento, escrito por Inácio de Loiola, o Ratio atque Instituto Studiorum,
chamado abreviadamente de Ratio
Studiorum. Os jesuítas não se limitaram ao ensino das primeiras letras;
além do curso elementar eles mantinham os cursos de Letras e Filosofia,
considerados secundários, e o curso de Teologia e Ciências Sagradas, de nível
superior, para formação de sacerdotes. No curso de Letras estudava·se Gramática
Latina, Humanidades e Retórica; e no curso de Filosofia estudava·se Lógica,
Metafísica, Moral, Matemática e Ciências Físicas e Naturais. Os que pretendiam
seguir as profissões liberais iam estudar na Europa, na Universidade de
Coimbra, em Portugal, a mais famosa no campo das ciências jurídicas e
teológicas, e na Universidade de Montpellier, na França, a mais procurada na
área da medicina. Os jesuítas
permaneceram como mentores da educação brasileira durante duzentos e dez anos,
até 1759, quando foram expulsos de todas as colônias portuguesas por decisão de
Sebastião José de Carvalho, o marquês de Pombal, primeiro-ministro de Portugal
de 1750 a 1777. No momento da expulsão os jesuítas tinham 25 residências, 36
missões e 17 colégios e seminários, além de seminários menores e escolas de
primeiras letras instaladas em todas as cidades onde havia casas da Companhia
de Jesus. A educação brasileira, com isso, vivenciou uma grande ruptura
histórica num processo já implantado e consolidado como modelo educacional
2. principais modelos educacionais - métodos de ensino do período
Era
usado o método de unificação do ensino
por todos os professores, ênfase na concentração e na atenção silenciosa dos
alunos e um processo de ensino ligado à repetição e memorização dos conteúdos
apresentados. Todos estes princípios se sobressaem na Ratio Studiorum (Ordem
dos Estudos), síntese da experiência pedagógica dos jesuítas, composta de
normas e estratégias, que visavam à formação integral do homem, de acordo com a
fé e a cultura católica daquele tempo.
Os jesuítas não se limitaram à alfabetização;
além do curso básico, eles ofereciam os cursos de Letras e Filosofia,
considerados secundários, e o curso de Teologia e Ciências Sagradas, de nível
superior, para formação de sacerdotes.
O método educacional jesuítico foi fortemente
influenciado pela orientação filosófica das teorias de Aristóteles e de São
Tomás de Aquino, pelo Movimento da Renascença e por extensão, pela cultura européia. Apresentava como
peculiaridades a centralização e o autoritarismo da metodologia, a orientação
universalista, a formação humanista e literária e a utilização da música.
3.A quem essa educação atendia e com que objetivos
Logo que chegaram ao Brasil, os jesuítas
sistematizaram a organização educacional como instrumento de domínio espiritual
e de propagação da cultura européia. Foram se infiltrando aos poucos nas
aldeias, levando os fundamentos de uma educação religiosa dedicada à propagação
da fé e do trabalho educativo. O grande interesse missionário, político e
educativo da igreja católica seria o de instruir os nativos, acreditando que
somente através da leitura, da apresentação e da interpretação da palavra
divina se poderia decifrar o mundo desconhecido; assim os nativos poderiam ser
inseridos ao mundo cristão A política religiosa dos jesuítas foi, ao mesmo
tempo, colonizadora e regalista. Atuaram como verdadeiros soldados de Cristo na
catequização dos índios, formando novos sacerdotes e a elite brasileira,
promovendo o controle da fé e da moral dos habitantes.
Agora um vídeo mostrando
como eram os professores- formação, condições de salário e
modelos de financiamento da educação
https://www.youtube.com/watch?v=eTYWvbW8XPw